terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Velhice não! Sabedoria!




Velhice não! Sabedoria!

Fui ao dicionário e fiquei decepcionado com o significado de velho e velhice, parece que eles estão falando de coisas sem utilidades, coisa que atrapalha e impede o novo de caminhar.
Se o dicionário pensa assim, imagine a sociedade.
A psicóloga Rosely Jorge faz um pequeno relato de como tratamos nossos velhos:
“ A Organização Mundial da Saúde estabelece o limite cronológico de 65 anos para o início da velhice nos países desenvolvidos e 60 anos nos países em desenvolvimento. Sabe-se que as culturas orientais respeitam as pessoas idosas, aprendem este valor, no seio de cada família e, portanto, criaram formas de propiciar ao idoso a sua justa integração à sociedade, conferindo-lhe a dignidade que lhe é devida nesta etapa da vida. Já no Brasil, país não mais tão jovem, há um total despreparo para viver e encarar saudavelmente esta fase da vida.
Em um sistema com inspiração capitalista, temos o fator econômico ditando as regras, onde o humano que deveria ser fim e sagrado em si mesmo, passa a ser meio de uma economia desumanizada, transformando a cada um de nós em produtos, portanto, descartáveis. Como resultado de todo um processo educacional omisso, que não trabalha na formação de uma consciência política, social, econômica e familiar para se viver com maior qualidade esta fase tão prevista na história dos humanos, colhemos o descaso e ausência de qualquer auxílio nesta etapa avançada da vida.
Incentivados por uma mídia que aquece o sistema econômico, pregando e impregnando o pensamento de todos nós, sugerindo a cada dia que a velhice não tem lugar existencial no mundo, não é difícil iniciarmos um processo profundo de rejeição aos idosos, sem sequer notarmos os equívocos praticados e por isso mesmo, nem sentimos vergonha, como se nós, praticantes de tais atos, nunca fossemos envelhecer. Desde o mundo corporativo, com seus cruéis processos seletivos, que excluem o sênior, à carência na área da saúde, previdência social e demais serviços que deveriam estar disponíveis e em pleno funcionamento aos nossos cidadãos idosos, constatamos a inabilidade em nosso país, tanto no universo privado quanto público, para acolher o idoso, e propiciar a ele, não só infra estrutura necessária, mas também a valoração e a dignidade pertinente a cada vida.”
A psicóloga Rosely mostra para nós ocidentais que nossa cultura é descartável, típico de uma ditadura capitalista, que envolve a sociedade e os meios de comunicação dessa cultura que pensa em tirar o máximo enquanto você pode produzir.
Hoje estamos vivendo este fenômeno do descartável em nossas instituições religiosas, quando jovens produzimos, somos até ovacionados, mas com a passar do tempo viramos como pastores e pastoras artigo de museu parece que envelhecer é uma doença, e quando chegamos a idade cronológica de 65 anos, somos colocado no banco.
Usamos a mesma pratica capitalista, dê espaço pro novo! Ele irá produzir melhor! Temos muitas cabeças brancas que são uma sumidade de caráter e vigor, tenho bebido da fonte de alguns, o Pastor Francisco Porto foi um desses.
A Bíblia relata vários homens que tiveram uma idade avançada, mas continuaram a frente de pessoas e de projetos dado por Deus.
Tenho em minha comunidade algumas irmãs acima de 65 anos, que são sabias no agir e falar , tenho uma em especial irmã Lia (chamada por mim de mãe) que tem um vigor espiritual maravilho, vai sempre conosco para os nossos acampamentos no período de carnaval, onde a maioria é de jovens, mas ela esta lá com alegria orando e cuidando de todos.
Muitas vezes você aposenta o homem, mas as idéias não, temos algumas lideranças nacionais que se aposentaram, poderiam estar ai a frente de regiões e coordenações, alguns permanecem, mas outros/as não.
Que a ditadura capitalista não venha engessar o carisma de algumas pessoas que são homens e mulheres que trabalham até os dias de hoje como verdadeiros baluartes da fé.

Rev. Samuel Luiz

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