quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Namorar, ficar ou transar?



O homem um ser social- O ser humano foi criado para viver em comunhão: primeiro, com o seu Criador (relação vertical); e, depois, com os seus semelhantes (relação horizontal). Na verdade, esse é o plano divino para nossas vidas. Foi o próprio Senhor Deus quem declarou: "Não é bom que o homem esteja só..."(Gn. 2: 18). Lemos, ainda, na Sua Palavra que "Melhor é serem dois do que um..." (Ec 4:9). Portanto, a solidão se opõe ao plano divino, e, por isso mesmo, resulta em várias feridas na alma, tais como: sentimento de desconforto, de inutilidade; auto-estima baixa; depressão; ausência de laços afetivos; prostração; e, até mesmo, saudade.

Para vencer a solidão, precisamos de amizade, simpatia, empatia, cooperação, namoro, casamento. Sentimos necessidade de amizade verdadeira, de alguém que chegue quando todos saem, isto é, alguém que permaneça ao nosso lado quando mais ninguém está. Mas, por outro lado, a solidão não pode levar a pessoa a aceitar qualquer tipo de relacionamento. Quantas vezes já se ouviu: "Ruim com ele (ela), pior sem ele (ela)..." ? Obviamente tal afirmativa não pode expressar uma verdade, não é mesmo?
O que é ficar ?
Atualmente, a palavra "namoro" está fora de moda...para alguns. Agora, a maioria adolescentes e jovens "ficam". O que é há de diferente?

Já vimos que o namoro é um momento muito importante na vida da pessoa. ficar, segundo o que os jovens definem é “passar tempo com alguém, sem qualquer compromisso. Pode, ou não, incluir intimidades, tais como: beijos, abraços e mesmo, relações sexuais." Portanto, o ficar nada tem a ver com o namorar. Infelizmente, quando um jovem fala sobre "namoro", no sentido sério da palavra, torna-se, muitas vezes, alvo de piada e gozação, por parte dos colegas. Isso é um resultado (da distorção dos valores morais que vem sendo feita, principalmente pelos meios de comunicação). Nossos jovens sofrem a influência da mídia que apregoa a sensualidade e a liberação dos impulsos, sem censuras como forma de atuação prazerosa e mais autêntica, mais satisfatória. Tal comportamento leva à promiscuidade sexual, com suas tristes conseqüências.

Na década de 60 (no Brasil, a partir de 70/80), começou uma revolução sexual na Europa, enfatizando que homens e mulheres podiam desfrutar de direitos iguais, inclusive no "sexo livre". O que importava era a satisfação pessoal; a sensação do momento, sem a necessidade de qualquer ligação de sentimentos entre os parceiros. A queda, de lá para cá, foi vertiginosa e, assim, o namoro foi sendo deixado de lado e houve grande adesão ao ficar. Os jovens são pressionados a abandonar hábitos conservadores e a adotar as práticas pecaminosas ditadas pela cultura social.

Embora, aparentemente, haja muitas vantagens no “ficar", as desvantagens, especialmente para a mulher, são inúmeras também. Entre elas, podemos mencionar o fato de que ela vai ficar mal vista, mal falada, vai estar sujeita a uma gravidez indesejada, enfim muitas são as tristezas. É importante que você, mulher, se lembre de que não é um objeto descartável: usado agora, jogado fora depois. Infelizmente, os jovens evangélicos são alvo da mesma pressão e da mesma gozação. Por isso, apenas uma minoria discorda dos padrões e das práticas pecaminosas ditadas pela cultura secular. Os jovens -homens e mulheres -principalmente os que querem levar Deus a sério em suas vidas, precisam observar, cuidadosamente, o que Ele diz em Sua Palavra, antes de envolver-se com alguém. É óbvio que o "ficar" não deve ser uma prática para esses jovens.

E o transar ?
Este é um tema que tem sido alvo de muitos debates e discussões. Parece que agora, é muito "careta" quem não transa, não é mesmo? Por isso, as pessoas que ainda querem ser sérias nos seus relacionamentos, acabam passando por situações bem desagradáveis. São objeto de gargalhadas de ironias, de dúvida por parte de colegas, de escola ou de trabalho - de pessoas mais velhas e - pasmem! - de ”irmãos e irmãs” da igreja. Além disso, as jovens ficam com medo de "perder" aquele rapaz "lindo e maravilhoso" e cedem à tentação, quando ele diz: "Querida, prove que me ama realmente e transe comigo... "Este é o golpe mais velho e mais baixo que existe! Ele, na verdade, não a ama, não está nem um pouco preocupado com ela nem com as conseqüências que ela - apenas ela - vai enfrentar! Ele só quer se divertir com o corpo dela! A única resposta para esse convite é a mesma de sempre: "Se você realmente me ama, poderá esperar pelo casamento.” Muitos jovens cristãos acabam cedendo às pressões da mídia , dos colegas, dos amigos e começam a achar que o que todo mundo faz é que está certo e que eles não podem se apresentar como seres alienígenas. Passam a viver "uma vida dupla: na igreja, são os certinhos; fora dela, agem conforme seus desejos mandarem."

Mas a Palavra de Deus condena o "transar", pois afirma que a relação sexual é um privilégio do casamento. Na verdade, ela é a terceira etapa, e não a primeira. "Em Gn. 2:24, lemos: Por isso deixa o homem pai e mãe, e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne. Desde Adão e Eva, o próprio Deus ordenou que houvesse uma formalização do compromisso matrimonial, através do deixar pai e mãe, com a bênção destes que são autoridades, sobre nós, enquanto solteiros. Além destas autoridades, devemos obediência às leis do nosso país. Num segundo passo, o homem se une à sua mulher. A referência é àquela mulher com quem vai se casar, e não a qualquer mulher que se olhar na rua. Assim, numa terceira etapa, os dois serão uma só carne. Só após as duas primeiras terem sido cumpridas, é que vem a hora da relação sexual, e não antes. Esta idéia existe tanto no Velho como no Novo Testamento, pois este versículo é citado por Jesus (Mt. 19:5) e por Paulo (I Co. 6: 16)."

Deus não estimula, de jeito algum, a "transa". Muito pelo contrário. Várias passagens bíblicas, condenam o relacionamento sexual fora do casamento: At. 15:29; 21 :25; I Co. 6: 13-18; II Co. 12:21; I Ts. 4:3- 5. Entretanto, Hb. 13:4, Deus valoriza o casamento. Lemos ali: "Digno de honra entre todos, seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula; porque Deus julgará os impuros e adúlteros". Deus também aprova a relação sexual dentro do casamento. "Para o povo judeu, a relação sem pecado, era aquela em que as pessoas entravam virgens para o casamento, como descrito em Dt. 22:13-21."

Querida jovem, sei que você precisa de muita força para enfrentar tudo o que o mundo está exigindo e oferecendo para você. Entretanto, procure se fortalecer com a Palavra de Deus, ocupar sua mente e seu tempo com coisas boas e aceitar o desafio de ir contra a maioria. Lembre-se de que quando sabemos que somos amados pelo que somos, e não pelo nosso físico, tornamo-nos mais saudáveis mentalmente e nos expressamos mais livremente, porque já não tememos a rejeição. já não precisamos nos preocupar em como vamos agradar o nosso companheiro. Lembre-se. também do que dizem as Escrituras em Eclesiastes 12:1 "Não deixe o entusiasmo da mocidade fazer com que você esqueça seu Criador. Honre a Deus enquanto você é jovem, antes que os dias maus cheguem, quando você não vai mais ter alegria de viver."
A oração ainda é essencial
Depois de considerar, racionalmente e não emocionalmente apenas, se a pessoa que você escolheu é alguém com quem você gostaria de passar toda a sua vida leve o assunto para Deus em oração. Há um hino que diz que não precisamos perder a paz quando levamos nossos problemas ao nosso amigo Jesus, pois Ele sempre nos atende em oração. Espere pelo Senhor (Salmo 27: 14). Ele sempre sabe o que é melhor para você. Nunca tome uma decisão nunca inicie um envolvimento sem ter certeza de que Deus está abençoando esse relacionamento, de que é aprovado por seus pais e de que você ama realmente aquela pessoa. Com certeza, você será bem sucedida na escolha que fizer.

O fim do namoro é o casamento
A finalidade, o objetivo do namoro é o casamento; mas o casamento não é o fim do namoro. Na verdade, o namoro deve continuar pelo resto da vida a dois. O namoro continua sendo muito importante dentro do casamento. Quando o fim do namoro é o casamento, grandes são as chances desse casamento desmoronar.

É interessante que, durante o período de namoro, muitas são as juras de amor eterno, os presentes, os programas, as roupas bonitas, os penteados cheios de cuidados, os perfumes, as gentilezas etc. Entretanto, aqueles que consideram que o fim do namoro é o casamento, abandonam todas ou quase todas essas práticas e passam a agir de modo totalmente inverso! Essa é uma das razões pela qual os casamentos acabam durando muito pouco. É preciso continuar perdoando, amando, protegendo e valorizando o cônjuge. Muitos maridos passam a agir exatamente como agiriam após haverem "transado" com a namorada - isto é, passam a tratar a esposa com indiferença, sem qualquer interesse nela. Por outro lado, as mulheres também, muitas vezes, perdem todo o encanto, pois já não se arrumam como se arrumavam, já não usam aquele perfume que o namorado tanto apreciava (quando não ficam mal-cheirosas), esquecem-se de que o seu corpo é "o templo do Espírito Santo" e deixam de cuidar dele, tornam-se relaxadas com tudo. Tanto o marido como a mulher precisam estar atentos para que o namoro tenha sua continuação no casamento. Esposas continuam gostando de ganhar um presente, de receber flores, de sair para jantar, de ouvir elogios sobre sua aparência etc., exatamente como quando eram namoradas. Os esposos, por sua vez, continuam gostando de ver sua "namorada" com os cabelos penteados, limpas, cheirosas, de comer algo feito especialmente para ele, de ouvir palavras de amor. "Lembre-se de que a frase Eu amo você! , dita sincera e freqüentemente, afofa o terreno do relacionamento e pré-dispõe o aprofundamento de raízes.

Autor: Sylvia Oliveira Nocetti

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Que Significa Honrar Meu Pai e Minha Mãe?



O Que Significa Honrar Meu Pai e Minha Mãe?
honrar pai e mãe
Honrar seu pai e mãe é demonstrado através de palavras e ações que surgem de uma atitude interior de estima e respeito pela posição que ocupam.

A palavra grega para honra significa reverenciar, estimar e valorizar. Honrar é dar respeito não apenas pelo mérito, mas pela posição. Por exemplo, algumas pessoas podem não concordar com as decisões de seu presidente, mas ainda devem respeitar sua posição como líder de seu país. Semelhantemente, filhos de todas as idades devem honrar seus pais, quer seus pais mereçam ou não.

Deus nos exorta a honrar nosso pai e mãe. Ele tanto valoriza honrar aos pais que incluiu esse princípio nos 10 mandamentos (Êxodo 20:12) e novamente no Novo Testamento: Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo. Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra (Efésios 6:1-3).

Durante a época do Velho Testamento, falar mal contra os pais ou rebelar-se contra as suas instruções resultava em punição capital (Êxodo 21:15-17; Mateus 15:14)! Enquanto aqueles que honram seus pais são abençoados (Jeremias 35:18-19), uma característica daqueles com uma mente corrompida e daqueles que não agradam a Deus nos últimos dias é desobediência aos pais (Romanos 1:30; 2 Timóteo 3:2).

Salomão, o homem mais sábio que já existiu, encorajou os filhos a respeitarem seus pais (Provérbios 1:8; 13:1; 30:17). Apesar de que talvez não estejamos mais sob sua autoridade, não podemos ignorar o comando de Deus de honrar nossos pais. Até Jesus, Deus Filho, submeteu-se aos Seus pais terrenos e ao seu Pai Celestial (Mateus 26:39; Lucas 2:51). Ao seguir o exemplo de Cristo, como Cristãos devemos tratar nossos pais da mesma forma reverencial com a qual nos aproximaríamos de nosso Pai Celestial (Hebreus 12:9; Malaquias 1:6).

É bem claro que somos comandados a honrar nossos pais, mas como? Honre-os tanto com suas ações como com suas attitudes (Marcos 7:6). Honre seus desejos, tanto os que eles já expressaram quando os que não expressaram verbalmente. O filho sábio {ouve} a correção do pai, mas o escarnecedor não ouve a repreensão (Provérbios 13:1).

Em Mateus 15:3-9, Jesus relembrou os fariseus do comando de Deus de honrar seu pai e sua mãe. Eles estavam obedecendo a letra da lei, mas tinham adicionado as suas próprias tradições, as quais em essência rejeitavam esse comando. Enquanto honravam seus pais em palavras, suas ações provavam o verdadeiro motivo do seu coração. Honrar é mais do que da boca pra fora. A palavra honra nessa passagem é um verbo, e, como tal, exige uma escolha/ação correta.

Honrar trás consigo a idéia de dar glória a alguém. 1 Coríntios 10:31 nos diz que qualquer coisa que façamos deve ser feito para a glória de Deus. Devemos procurar honrar nossos pais da mesma forma que Cristãos tentam trazer glória a Deus – em nossos pensamentos, palavras e ações.

A palavra grega hypakouo significa obedecer, escutar, prestar atenção. Para uma criança pequena, obedecer os pais vai lado a lado com honrá-los. Isso inclui escutar, prestar atenção e submeter-se à sua autoridade. Depois que a criança cresce, a obediência que aprenderam ainda pequenos vai ajudá-los a honrar outras autoridades, tais como o governo, polícia e patrões.

Enquanto devemos honrar nossos pais, isso não significa imitar os que não honram a Deus (Exequiel 20:18-19). O que devemos fazer se nossos pais nos pedem a fazer algo errado? Neste caso, devemos obedecer a Deus, e não aos homens (Atos 5:28).

O commando de honrar aos pais é o único comando com uma promessa: …para que te vá bem (Efésios 6:3). Honra gera honra. Deus não vai honrar aqueles que não obedecem Seu comando de honrar seus pais. Se desejamos agradar a Deus e ser abençoado, devemos honrar nossos pais. Honrar não é fácil, não é sempre divertido, e com certeza não é possível apenas com nossas próprias forças. No entanto, honra é um caminho certo ao nosso propósito de vida: glorificar a Deus. Vós, filhos, obedecei em tudo a {vossos} pais, porque isto é agradável ao Senhor (Colossenses 3:20).

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Vc que é casado dê uma lidinha neste texto, principalmente vc homem.


O Que Os Homens Pensam Sobre Sexo



o que eles pensam sobre sexo
1- O que os homens realmente pensam na hora do sexo?

A maioria dos homens pensa apenas em fazer sexo, em chegar ao orgasmo, em satisfazer a si mesmo. Quer ter um aventura, ficar e ir embora assim que acaba. Porém, ainda existe o homem que realização sexual acontece na realização da parceira. Sexo é muito mais do que satisfação pessoal. O ser humano é o único animal que faz sexo olhando nos olhos, todos os outros fazem por trás. Issso indica que sexo é olhar no rosto, é conhecer, é se dar, é não ter do que envergonhar-se na relação; é ternura, é entrega; é desnudar-se não somente no corpo, mas confidenciar tudo, deixar-se descobrir, abrir todas as portas, convidando a pessoa amada para morar, viver e aventurar-se dentro do outro.
2- Porque eles são mais focados e objetivos que as mulheres?

A mulher se satisfaz com companhia, andar de mãos dadas, passear em um shopping, ir ao cinema, beijar apaixonada (principalmente na cozinha) e sentar ao lado dele sem que tenha que fazer sexo no final do dia. O homem não, foi jantar fora - sexo; beijou - sexo; passeou no shopping - sexo; voltou do cinema - sexo. Tudo leva o homem a pensar em sexo. A mulher tem uma doença que não tem cura - romantismo.
3- A maioria dos entrevistados disse se preocupar em segurar a ejaculação para dar mais tempo de prazer à parceira. Por que isso ocorre?

Dr. Silmar Coelho: Para o homem a verdadeira satisfação está em realizar a mulher. Quando ele chega ao orgasmo e ela não, o homem tem a sensação de fracasso, que ele não foi o amante perfeito que imagina ser.
4- Porque homens fazem sexo e mulheres fazem amor?

Como eu disse, a muher é romântica. A atitude que mais agrada a mulher é ser surpreendida. Fazer algo que ela não espera, na hora que ela não espera, em um dia que ela não espera. Os homens são estimulados primordialmente pela vista. Viu, ele quer. A mulher é estimulada, antes de tudo, pelo ouvido. Ela precisa ser elogiada, enxergada, ouvir que é amada, que ele a faz feliz. Quando ela escuta palavras amorosas e elogios, ela começa a preparar-se para o sexo.

O homem faz sexo e chega ao orgasmo depois de uma briga ou se a mãe esta no UTI. A mulher não, ela precisa estar bem emocionalmente, ser bem tratada. Ela até pode fazer sexo depois de uma briga ou se a mãe está no hospital, mas o que ela deseja mesmo é ser respeitada. Dificilmente ela chegará ao orgasmo em uma situação dessas.

Silmar Coelho é pastor; doutor em teologia e liderança pela Universidade Oral Roberts, EUA; empresário; terapeuta; conferencista internacional; e escritor de 20 livros, entre eles: "Jamais desista", Editora Vida e "Transformando lágrimas em vinho", Editora MK.

Não minta, você não ama o próximo parte 2

ÚLTIMAS PALAVRAS

Não tem jeito. Eu não amo meu próximo segundo o modelo bíblico, fato. Pois não abro mão de meu conforto, de meu tempo, de dizer que tenho razão, de meu orgulho… para fazer o bem a quem me detonou. E, afirmo sem medo de errar: você também não. Pois eu olho em volta e é o que vejo, nas igrejas, no twitter, no Facebook, nos programas evangélicos de TV, nas pregações de pastores anti-igreja da internet, na Igreja Emergente…em todo lugar onde haja um coração manchado pelo pecado, em todo lugar onde haja alguém que se chame cristão: nós somos vingtivos, ofendemos, pagamos na mesma moeda. Não fazemos o bem a quem nos faz mal. Não fazemos! Isso é um fato!

Ignoramos solenemente o que Paulo diz em Romanos 12.14-20: “Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem. Alegrem-se com os que se alegram; chorem com os que choram. Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior Não sejam sábios aos seus próprios olhos. Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: “Minha é a vingança; eu retribuirei” diz o Senhor. Ao contrário: “Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber”.

Você já deu de comer ou de beber a quem te fez mal? Quantas vezes?
A BOA NOTÍCIA

Mas há uma boa notícia: é possível.

É possível viver o mandamento maior. Comece preferindo o outro em honra. Pondo em prática Filipenses 2.3b; “Humildemente considerem os outros superiores a si mesmos”.

Mas, Zágari, como se faz isso?

Não revide, abençoe. Não rebata, dê a outra face. Não se vingue, caminhe a segunda milha. Não fale pelas costas, elogie o que há de bom em quem só há coisa má. Só consegue amar o próximo da forma que Cristo espera quem faz o que Ele fez diante de Pilatos: engole sapos. Se cala. Se submete. Se humilha. É difícil? LÓGICO QUE É! E desde quando alguém disse que seria fácil? Jesus disse: “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lc 9.23). E você acha que carregar uma cruz é fácil?

Em outras palavras, só ama verdadeiramente o próximo quem contraria sua natureza. Pois só quando você contrariar a sua natureza e injetar em suas veias a natureza de Cristo é que você começará a amar o próximo como a Bíblia ensina. Até lá…somos bons fingidores.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.
Autor: Mauricio Zágari

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Vc diz que ama, então leia este artigo e boa relexão.

Não minta, você não ama o próximo  parte 1


Autor: Mauricio Zágari

Cheguei a uma conclusão: eu não amo o próximo. Pior: você também não. A gente pode até tentar, mas não ama. E eu provo. Mas, para isso, precisamos entender antes de mais nada que estou usando aqui o conceito de “amor” da Bíblia e não o da sociedade secular e romantizada em que vivemos (para um aprofundamento sobre isso você pode ler se desejar o artigo Heresias em nome do amor). E como um dos conceitos hermenêuticos elementares no estudo das Escrituras é que “a Bíblia explica a si mesma”, vamos ao texto sagrado desencavar qual é o conceito bíblico de “amar”. O versículo epicêntrico da Bíblia sobre o assunto é o bom e velho João 3.16: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Vamos então destrinchá-lo.
Primeiro: Deus amou o mundo. E quem é o mundo? São absolutamente todas as pessoas que o rejeitaram, desobedeceram, que foram seus inimigos, que lhe viraram as costas. Ou seja: todo aquele que peca. Ou seja: todo mundo! “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). Então o que Jo 3.16 nos mostra, primeiro, é que Deus amou pessoas que o desprezaram, que lhe fizeram mal, que falaram mal dele, que roubaram dele, o caluniaram e fizeram todo tipo de desgraça contra Ele.
Aí, de repente, Deus decide fazer por esse grupo de bilhões e bilhões de pessoas algo impresionante: abre mão de sua posição confortabilíssima para ajudar cada um. Se você prestar atenção, verá que o Filho estava muito bem, obrigado, em sua glória celestial e não precisava ter mexido uma palha por essas pessoas. Mas Ele foi além: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus, que, embora sendo Deus não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.5-8).
Em outras palavras: o amor abre mão do seu conforto para ajudar outras pessoas.
E isso para quê? “Para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. A questão aqui é que aquele bando de miseráveis não merecia a vida eterna. Mereciam, em português bem claro, arder por toda a eternidade no fogo do inferno. Mas Deus chega e mostra outro aspecto do amor: dá a eles algo que não merecem. E aqui nos deparamos com as cinco letras mais lindas do Evangelho: GRAÇA. Pois isso é a essência da graça: AMOR.
Qual é a conclusão a que chegamos a partir disso tudo? Que AMAR significa abrir mão do seu conforto para fazer coisas boas por quem te fez coisas ruins. Simples assim.
E…você faz isso?
Para responder nós temos que aplicar o que dissemos acima a sua (e à minha) vida: Pense em todas as pessoas que te desprezaram, fizeram mal, te viraram o rosto, falaram mal de você, te roubaram, te caluniaram e fizeram todo tipo de desgraça contra você. Não tem pressa. Esqueça que você está na Internet e que aqui todo mundo só quer ler coisas rapidinho. Invista tempo, vai valer a pena.
Pare.
Tire um tempo.
Pense em rostos. Lembre de nomes. Recorde-se de situações. Gente que te fez chorar, que te ofendeu, que te acusou injustamente. Que te molestou sexualmente. Que roubou seu dinheiro. Que mentiu para todo mundo a seu respeito. Que armou esquemas para te prejudicar e puxar o tapete. Que fez tudo o que há de pior contra você. Pense. E, só depois de ter lembrado de todas essas pessoas continue a ler, não tenho pressa alguma.
Ainda tem tempo. Pense mais um pouco. Gente que te magoou feio. Você vai lembrar.
Ok. Agora que você já deu nome e rosto aos bois, segundo passo: Deus saiu de seu conforto e fez algo de bom por elas que certamente elas NÃO mereciam. E eu, então, te pergunto: o que você já fez de bom por essas pessoas de quem acabou de se lembrar? Pode pensar. Mais um tempo pra ti.
Me atrevo a dizer que você gastou muito tempo chorando pelo que elas te fizeram, as denunciando, ou então metendo o malho nelas para outras pessoas, falando ao maior número possível de pessoas o que elas lhe fizeram. E até mesmo se vingando, pagando na mesma moeda. As odiando com todas as suas entranhas! Eu garanto que você fez isso. E sabe por quê? Porque é o que eu fiz. Muitas vezes. Paguei mal com mal. Paguei com vingança. Com comentários depreciativos. Com minha natureza humana.
Chegamos então à questão inicial. Você ama o seu próximo? Pois já vimos que AMAR significa abrir mão do seu conforto para fazer coisas boas por quem te fez coisas ruins. Simples assim. Mas meu irmão, minha irmã, concorde comigo que nós não fazemos isso.
Não fazemos.
E com isso, simplesmente descumprimos o mandamento maior da fé cristã: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?’ Respondeu Jesus: ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas”. (Mt 22.36-40)
Aí você pode até dizer: “Ah, mas Jesus era Deus, pra Deus é fácil amar assim! Eu sou só um humano!”. Ao que Jesus de Nazaré te responde: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros. Com isso todos saberão que vocês são meus discípulos, se vocês se amarem uns aos outros”. (Jo 13.34,35)

Sem perdão não existe amanhã parte 2


Quando as pessoas decidem colocar suas mágoas sobre a mesa, devem saber que manuseiam nitroglicerina pura. As palavras explodem com muita facilidade, e podem causar mais destruição do que promover restauração. Não são poucos os que se atrevem a resolver conflitos, e no processo criam outros ainda maiores, aprofundam as feridas que tentavam curar, ou mesmo ferem novamente o que estava cicatrizado. Tudo depende do coração. O encontro é ao redor de pessoas ou de problemas? A intenção é a reconciliação entre as pessoas ou a busca de soluções para os problemas? Por exemplo, quando percebo que sua dívida para comigo afastou você de mim, vou ao seu encontro em busca do pagamento da dívida ou da reaproximação afetiva? Nem sempre as duas coisas são possíveis. Infelizmente, minha experiência mostra que a maioria das pessoas prefere o ressarcimento da dívida em detrimento do abraço, o que fatalmente resulta em morte: as pessoas morrem umas para as outras e, consequentemente, as relações morrem também. A razão é óbvia: dívidas de amor são impagáveis, e somente o perdão abre os horizontes para o futuro da comunhão. Ficar analisando o caderno onde as dívidas estão anotadas e discutindo o que é justo e injusto, quem prejudicou quem e quando, pode resultar em alguma reparação de justiça, mas isso é inútil – dívidas de amor são impagáveis.
Mas o perdão tem o dia seguinte. Os que recebem perdão e abraços cuidam para não mais ferir o outro. Ainda que desobrigados pelo perdão, farão todo o possível para reparar os danos do caminho. Mas já não buscam justiça. Buscam comunhão. Já não o fazem porque se sentem culpados e querem se justificar para si mesmos ou para quem quer que seja, mas porque se percebem amados e não têm outra alternativa senão retribuir amando. As experiências de perdão que não resultam na busca do que é justo desmerecem o perdão e esvaziam sua grandeza e seu poder de curar. Perdoar é diferente de relevar. Perdoar é afirmar o amor sobre a justiça, sem jamais sacrificar o que é justo. O perdão coloca as coisas no lugar. E nos capacita a conviver com algumas coisas que jamais voltarão ao lugar de onde não deveriam ter saído. Sem perdão não existe amanhã.
Autor: Pastor Ed René Kivitz

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Sem perdão não existe amanhã parte 1


Autor(a): Pr. Ed René Kivitz Alguém já disse que a família é o lugar dos maiores amores e dos maiores ódios. Compreensível: quem mais tem capacidade de amar, mais tem capacidade de ferir. A mão que afaga é aquela de quem ninguém se protege, e quando agride, causa dores na alma, pois toca o ponto mais profundo de nossas estruturas afetivas. Isso vale não apenas para a família nuclear: pais e filhos, mas também para as relações de amizade e parceria conjugal, por exemplo.
Em mais de vinte anos de experiência pastoral observei que poucos sofrimentos se comparam às dores próprias de relacionamentos afetivos feridos pela maldade e crueldade consciente ou inconsciente. Os males causados pelas pessoas que amamos e acreditamos que também nos amam são quase insuperáveis. O sofrimento resultado das fatalidades são acolhidos como vindos de forças cegas, aleatórias e inevitáveis. Mas a traição do cônjuge, a opressão dos pais, a ingratidão dos filhos, a rixa entre irmãos, a incompreensão do amigo, nos chegam dos lugares menos esperados: justamente no ninho onde deveríamos estar protegidos se esconde a peçonha letal.
Poucas são minhas conclusões, mas enxerguei pelo menos três aspectos dessa infeliz realidade das dores do amar e ser amado. Primeiro, percebo que a consciência da mágoa e do ressentimento nos chega inesperada, de súbito, como que vindo pronta, completa, de algum lugar. Mas quando chega nos permite enxergar uma longa história de conflitos, mal entendidos, agressões veladas, palavras e comentários infelizes, atos e atitudes danosos, que foram minando a alegria da convivência, criando ambientes de estranhamento e tensões, e promovendo distâncias abissais.
Quando nos percebemos longe das pessoas que amamos é que nos damos conta dos passos necessários para que a trilha do ressentimento fosse percorrida: um passo de cada vez, muitos deles pequenos, que na ocasião foram considerados irrelevantes, mas somados explicam as feridas profundas dos corações.
Outro aspecto das dores do amar e ser amado está no paradoxo das razões de cada uma das partes. Acostumados a pensar em termos da lógica cartesiana: 1 + 1 = 2 e B vem depois de A e antes de C, nos esquecemos que a vida não se encaixa nos padrões de causa e efeito do mundo das ciências exatas. Pessoas não são máquinas, emoções e sentimentos não são números, relacionamentos não são engrenagens. É ingenuidade acreditar que as relações afetivas podem ser enquadradas na simplicidade dos conceitos certo e errado, verdade e mentira, preto e branco. A vida é zona cinzenta, pessoas podem estar certas e erradas ao mesmo tempo, cada uma com sua razão, e a verdade de um pode ser a mentira do outro. Os sábios ensinam que "todo ponto de vista é a vista de um ponto", e considerando que cada pessoa tem seu ponto, as cores de cada vista serão sempre ou quase sempre diferentes. Isso me leva ao terceiro aspecto.
Justamente porque as feridas dos corações resultam de uma longa história, lida de maneiras diferentes pelas pessoas envolvidas, o exercício de passar a limpo cada passo da jornada me parece inadequado para a reconciliação. Voltar no tempo para identificar os momentos cruciais da caminhada, o que é importante para um e para outro, fazer a análise das razões de cada um, buscar acordo, pedir e outorgar perdão ponto por ponto não me parece ser a melhor estratégia para a reaproximação dos corações e cura das almas.
Estou ciente das propostas terapêuticas, especialmente aquelas que sugerem a necessidade de re-significar a história e seus momentos específicos: voltar nos eventos traumáticos e dar a eles novos sentidos. Creio também na cura pela fala. Admito que a tomada de consciência e a possibilidade de uma nova consciência produzem libertações, ou, no mínimo, alívios, que de outra maneira dificilmente nos seriam possíveis. Mas por outro lado posso testemunhar quantas vezes já assisti esse filme, e o final não foi nada feliz. Minha conclusão é simples (espero que não simplória): o que faz a diferença para a experiência do perdão não é a qualidade do processo de fazer acordos a respeito dos fatos que determinaram o distanciamento, mas a atitude dos corações que buscam a reaproximação. Em outras palavras, uma coisa é olhar para o passado com a cabeça, cada um buscando convencer o outro de sua razão, e bem diferente é olhar para o outro com o coração amoroso, com o desejo verdadeiro do abraço perdido, independentemente de quem tem ou deixa de ter razão. Abraços criam espaço para acordos, mas a tentativa de celebrar acordos nem sempre termina em abraços.
Essa foi a experiência entre José e seus irmãos. Depois de longos anos de afastamento e uma triste história de competições explícitas, preferências de pai e mãe, agressões, traições e abandonos, voltam a se encontrar no Egito: a vítima em posição de poder contra seus agressores. José está diante de um dilema: fazer justiça ou abraçar. Deseja abraçar, mas não consegue deixar o passado para trás. Enquanto fala com seus irmãos sai para chorar, e seu desespero é tal que todos no palácio escutam seu pranto. Mas ao final se rende: primeiro abraça e depois discute o passado. Essa é a ordem certa. Primeiro, porque os abraços revelam a atitude dos corações, mais preocupados em se (re)aproximar do que em fazer valer seus direitos e razões. Depois, porque, no colo do abraço o passado perde força e as possibilidades de alegrias no futuro da convivência restaurada esvaziam a importância das tristezas desse passado funesto.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O que é a Ira? Vc já teve? É pecado? Leia este estudo sobre o assunto

Na Sua Ira

"Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira, nem deis lugar ao diabo" (Efésios 4:26), A ira nem sempre é pecado. A ira de Deus, mesmo sua ira furiosa, foi citada freqüentemente no Velho Testamento. Jesus também se irou: "Olhando-os ao redor, indignado e condoído com a dureza do seu coração..." (Marcos 3:5). Ser como Jesus significa desenvolver o tipo certo de ira antes que tentar eliminar a ira.
A raiz da ira precisa ser justa. O Senhor disse a Caim: "Por que andas irado? e por que descaiu o teu semblante?" (Gênesis 4:6). O "por quê" é realmente vital. A ira de Caim tinha uma raiz má: inveja. O sacrifício de Abel foi aceito, o dele não. Soa incomodamente familiar? Como é isto? Ele prosperou, eu não. Ou: eles o ouvem, a mim não. Ou, ainda: ele foi convidado, eu não. Eles o cumprimentam, mas me ignoram. Meus sentimentos estão feridos. Cuidado! A ira que tem raiz egoísta ou mesquinha produz sempre frutos amargos. Tem-se que corrigir o "por quê" da ira ou "eis que o pecado jaz à porta" (Gênesis 4:7). A ira nunca pode ser justa enquanto o "por quê" for errado.
"Irar-se" não exige raiva. Há pouca necessidade de encorajar a ira! Antes, a sentença adverte sobre os perigos inerentes à ira: em sua ira "não pequeis ... nem deis lugar ao diabo". Contudo, algumas situações realmente merecem a ira, uma ira justa. Moisés desceu do Sinai e encontrou Israel envolvido com idolatria e festanças (Êxodo 32:1). Deveria Moisés ficar indiferente? Não! Ira ardente foi a resposta adequada ao insulto deles a Jeová. Deus não repreendeu Moisés. Atirar as tábuas de pedra não foi correto; mas sua ira estava certa. Em outro caso, Potifar chegou em casa e encontrou sua esposa chorando por causa de um assédio que José lhe havia feito. Ela mostrou prova (Gênesis 39:1). Deveria Potifar ficar furioso, encolerizado? Naturalmente que deveria! A acusação dela era uma mentira; a evidência dela era errada. Contudo, a ira de Potifar era exatamente certa. Ainda, se um companheiro ridiculariza e calunia um irmão em Cristo? Você deveria irar-se? Ouso dizer que você estaria seriamente errado se não ficasse irado.
A expressão da ira precisa ser justa. Este é um momento fácil de errar. A emoção da ira turba facilmente o julgamento: ignora facilmente a verdade, passa facilmente sobre os limites do certo. Na ira de Caim, ele se recusou a ouvir até mesmo a Deus. Ele assassinou seu irmão; ele mentiu a Deus, depois. Isso é a ira furiosa. Não faça isso!
A ira não deve esvaziar o domínio de si mesmo. Em circunstância nenhuma o domínio próprio pode ser sacrificado. "... eu não me deixarei dominar por nenhuma delas" (1 Coríntios 6:12) nem mesmo a ira. Pode-se ficar justamente irado; não se pode permitir-se ser louco! A ira é freqüentemente justa; a raiva nunca é. O perigo da ira é tão grande que precisamos abordar toda ira com grande cuidado. Precisamos aprender a ser "... tardio para se irar..." (Tiago 1:19), como Deus é (Salmo 103:8; 145:8). Assim, evitamos muitos desastres terríveis.
Irado, como você se comporta? Tem um excesso de cólera? Esbraveja e grita? Bate o pé e dá ponta-pé? Atira coisas? A ira pode ser ocasionalmente certa, mas um comportamento assim desenfreado nunca está certo. É absolutamente errado: pecado!
Irado, o que você diz? Você xinga, explode em palavrões. Você cospe invectivas insultuosas, odiosas, baixas? Este é freqüentemente o vocabulário da ira. Você acusa falsamente aqueles que o enfurecem? Você diz às pessoas palavras insolentes e feias? (Mateus 5:22). Você espalha boatos, faz mexericos? A ira pode ser justa, mas todas estas palavras maldosas certamente não são. É errado, é pecado!
Irado, o que você faz? Caim irou-se contra Abel e matou-o. Na sua ira, você também faz mal às pessoas? Faz coisas prejudiciais? Você instiga uma briga, uma tática favorita da ira? "O iracundo levanta contendas, e o furioso multiplica as transgressões" (Provérbios 29:22). A ira é permitida, a conduta maldosa não é. É errada, é pecado.
Irado, você acusa Deus? A ira freqüentemente critica Deus. A ira culpa Deus mesmo quando o incidente não foi um feito de Deus. Jó sabia mais do que isso. "Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma" (Jó 1:22). Na ira, atrevidamente julgamos se Deus fez a coisa certa. Até mesmo Davi foi apanhado nessa armadilha. "Desgostou-se Davi, porque o SENHOR irrompera contra Uzá..." (2 Samuel 6:8). A ira pode ser justa, mas julgar Deus certamente não é da nossa conta! De fato, é arrogantemente errado: pecado!
A duração da ira pode ser justa. "Não deixeis o sol se pôr sobre vossa ira." Breve é a única duração do tempo para a ira, até mesmo a ira justa. Uma longa permanência da ira mostrará o ácido corroendo a vasilha que o contém. Aprenda com Deus, que "... não retém a sua ira para sempre" (Miquéias 7:18). Deixe-a passar!

-por Joe Fitch

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

JESUS, UM HOMEM DE ORAÇÃO
(Pr Ronan Boechat de Amorim)
A fidelidade total, a confiança, os ensinos, a vida de Jesus e o testemunho de terceiros sobre ele nos revelam que Jesus é um homem de oração: Jesus orou realmente! (Jo 17; Hb 10:5-7; Mc 1:35; Mt 14:23; Mt 26:36ss; Jo 11:41-42; Lc 23:24).
a) Jesus: Deus que se fez carne e habitou entre nós.
Em Fl 2:6-7 está escrito que Jesus não julgou com usurpação o ser igual a Deus, antes esvaziou-se (kênosis) a si mesmo, assumindo a condição de Servo e tornando-se semelhante a nós em tudo, exceto no pecado. Diante disso podemos dizer que Jesus embora tivesse condição de Deus (e Ele era Deus!), Ele se apresentou entre os seres humanos como homem. E mais, abriu mão de qualquer privilégio, tornando-se apenas homem que obedece a Deus e que serve aos demais homens e mulheres.
b) Jesus em sua oração vê Deus!
A liberdade de Jesus frente aos costumes de sua época, ao templo e à lei vétero-testamentária (segundo a interpretação dos fariseus) bem como sua autoridade vêm de Deus.
João 5:27  E lhe deu autoridade para julgar, porque é o Filho do Homem.
Mateus 28:18  Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra ou "É-me dado todo o poder no céu e na terra".
João 5:36  Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me confiou para que eu as realizasse, essas que eu faço testemunham a meu respeito de que o Pai me enviou.
João 14:31  contudo, assim procedo para que o mundo saiba que eu amo o Pai e que faço como o Pai me ordenou.
Na oração Jesus faz mais que comunicar-se com o Pai. Jesus na oração entrega-se a Deus, experimenta Deus. Vê Deus!
Deus pode ser experimentado e conhecido com os "olhos da fé". Essa visão ("ver Deus", conforme Mt 5:8) na terra é a experiência de Deus através da fé. Experimentar a Deus é saber-nos vivencialmente em Suas mãos. É saber-se em sintonia e intimidade com o Deus Vivo, que se entrega a nós e que realmente se comunica com o ser humano e ao qual o ser humano também pode se entregar por amor e conhecer por sua fé.
c) Jesus não separa a oração da santificação e do serviço de amor ao próximo:
Para ver Deus é necessária a condição de ter o coração limpo. E para que o coração esteja limpo é preciso que estejam limpos (purificados) olhos, mente, mãos, etc. Mãos limpas, por exemplo, deve  lembrar-nos da prática da justiça. A oração deve operar em nós como poder de Deus. Presença de Deus! Que vai varrendo o jeito antigo próprio somente de quem não "nasceu de novo". Tirando do nosso coração o apego aos velhos e novos ídolos e a todo tipo de altar em nós que não seja altar de adoração ao nome de Deus. E ninguém ama a Deus se não ama a seu irmão e irmã. Por isso, o melhor louvor, a melhor adoração que podemos prestar a Deus é fazer sua vontade. Por isso cantamos que "a melhor oração é amar." Aí está a santificação, a perfeição cristã!
d) Jesus não separa a oração da profecia, da evangelização:
Na simbologia bíblica, o profeta é alternadamente enviado à "cidade" como profeta e evangelizador e conduzido ao "deserto" para aprofundar sua experiência de Deus. Moisés, Elias, João Batista e também Jesus, são alguns exemplos: prepararam-se para sua missão no "deserto" e ao deserto regressavam em certos momentos para renovar a experiência de Deus. O "deserto" tem significado de lugar de solidão e pobreza, onde o coração se purifica. Aparentemente Deus é mais fácil de ser encontrado no deserto. E ainda mais, "deserto" significa também a esterilidade e a dureza do coração humano, e a dureza da "cidade" (e sua política) à qual o profeta é enviado e por ela perseguido e, não raras vezes, morto. Deserto, portanto,m além de experiência com Deus, é lugar de treinamento e capacitação: dependência de Deus.
Todo cristão é um homem ou mulher de oração. Todo cristão é um evangelizador. Assim, todo evangelizador está chamado a realizar a síntese de unir a coragem do compromisso de um profeta e a experiência de Deus de alguém que ora e vigia.
e) O conteúdo da oração de Jesus e a oração que Jesus critica duramente:
Para Jesus não é qualquer oração que leva ao encontro do Reino, à experiência de Deus. Jesus critica duramente formas deturpadas de oração: a oração como auto-contemplação (Lc 18:11); a oração exibicionista, sem humildade (Mt 6:5-6); a falação mecânica e superficial sem o compromisso pessoal (Mt 6:7ss); a oração separada da ação (Mt 7:21); a oração comercializada e opressora, carente de gratuidade/graça (Mt 23:14), são alguns exemplos.
Por outro lado, podemos perceber que o conteúdo básico da oração de Jesus é:
a) a vinculação com a vida concreta e quotidiana e não com as filosofias, modas, culturas e religiosidades (Mt 11:25) e,
b) a busca pela supremacia da vontade de Deus e a prática da solidariedade (Mc14:35ss).
f) O Deus que Jesus experimenta na oração:
A fé (oração) de Jesus supõe uma determinada visão (experiência) de Deus. Não é um Deus qualquer que Jesus experimenta. Não é um Deus irado, distante, indiferente, castigador. Jesus experimenta o Deus ágape, Deus de justiça (santidade), solidário, compassivo, misericordioso. O Deus que nos amou sendo nós ainda pecadores. O Deus que ama as pessoas mesmo antes delas o conhecerem e o acolherem em suas vidas como Salvador e Senhor. E Jesus nos revela isso: "quem vê a mim, vê ao Pai que me enviou" e "eu e o Pai somos um". O Deus que Jesus experimenta, conhece e nos revela é o Deus que permite que rejeitemos seu amor e salvação. Sim, podemos rejeitar o seu amor, mas não podemos impedir o seu amor por nós. A história da salvação é a história de um Deus que por amor busca salvar os perdidos, os "filhos pródigos"...
Para Jesus, o fundamento último da experiência de Deus e o que fica para a nossa prática é o amor. Não o poder. O poder de Deus consiste no seu amor que tudo pode.
g) Orar, portanto, é "ouvir a Deus" e serví-lo:
A nossa oração não é para quebrantar, comover e amolecer o coração de Deus. Deus por natureza (por si mesmo) tem o coração misericordioso! Oramos, portanto, para sintonizar, entrar na intimidade, direcionando tudo que somos, sentimos e pensamos para Deus. Orar antes de tudo é colocar-se diante de Deus, é "ouvir a Deus" (Pv 16:1). Entrar em clima de comunhão: entrega total de si ao Pai; de total abandono nas mãos e vontade de Deus.
Orar é pensar em sintonia com Deus. Sermos de Deus. Sermos em Deus. Deixar Deus também ser em nós. Experiência, aperitivo do que será na plenitude do Reino: Deus será tudo em todos. Por isso, quem ora "despe-se", "abre mão de certezas previamente concebidas". Ouve, submete-se, santifica-se. É uma experiência tão íntima que Jesus ordena: "vá para o seu quarto, para o seu "deserto", feche as portas, fique longe das praças e do público.
A voz de Deus nos acolhe nos seus braços e nos envia como testemunhas das Boas Novas. A Bíblia diz que somos imagem e semelhança de Deus. A imagem e semelhança de Deus devemos cuidar da sua Criação em seu nome e autoridade. Mas também devemos interceder por ela, colocando-a sempre diante de Deus e sendo canais das bênçãos celestes para toda a Criação. Somos, assim, canais da manifestação do amor e da bênção de Deus.
A oração nos coloca como mordomos (zeladores) e intercessores da Criação a tal ponto que, lendo Mt 5:4, podemos entender que além de chorar pelos nossos pecados (arrependimento), devemos também chorar com os que choram e sofrem (solidariedade), chorar pelos que não choram (clamor e juízo) e chorar pela vinda do Reino de Deus em sua plenitude.
h) Oração e Evangelização:
Concluindo, podemos dizer que evangelizar é gerar vida (cf. Jo 10:10b). Vida abundante, qualitativamente boa, quantitativamente longa e relacionalmente solidária. Vida que é pão e terra e casa, salvação, libertação, cura, justiça, harmonia, fraternidade, paz. A Igreja evangeliza, por exemplo, quando promove a paz. E não apenas quando é pacífica. Temos de ser pacificadores (cf. Mt 5:9). Pois sabemos que promover a paz é favorecer a aproximação e a reconciliação e, portanto, a fraternidade cristã e a comunhão das pessoas, famílias e povos.
Mas é impossível haver paz e reconciliação onde a justiça não existe (cf. Mt 5:6). Por isto, restalebecer a justiça é uma condição para a reconciliação e para a paz. Também será sempre necessário superar as desavenças e o passado ruim. Assim, o perdão mútuo das ofensas e dívidas é igualmente fundamental para o restabelecimento da justiça, o amadurecimento da reconciliação e a consolidação da paz. Só assim é possível recriar toda a convivência humana e recuperar o mínimo da qualidade de vida e da vida com o mínimo de dignidade.
E a oração sintoniza, identifica, aproxima e compromete a Igreja de Jesus Cristo para trabalhar  para que o mundo e a vida se assemelhem e se transformem (sob a direção e no poder do Espírito Santo) no Mundo Novo (o Reino de Deus) que Deus está fazendo nascer a partir e de dentro do velho mundo e da velha vida.
E o evangelizador experimenta na sua vida a tensão do anseio ardente pelo Reino e pra que a vontade de Deus se cumpram, da consciência dos próprios limites e impotência e da confiante esperança na graça e poder do Deus vivo. É o "deserto" do evangelizador que o mergulha na experiência fundamental e na necessidade crucial da oração.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Cremos no Espírito Santo
 O Deus da Vida presente entre nós: na igreja, no mundo e em toda a criação!

"O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres..." (Lc 4.18).
"O Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, é da mesma substância, majestade e glória com o Pai e com Filho, verdadeiro e eterno Deus" [Artigos de Religião nº 4: Do Espírito Santo].

Quando Jesus começou o seu ministério na Galiléia, na sinagoga de Nazaré, foi-lhe dado o livro do profeta Isaías (61.1), do qual leu a passagem cuja frase inicial se encontra citada acima na forma de epígrafe. De acordo com o evangelista, todos o miravam com atenção no momento em que solenemente declarou: "hoje se cumpriu a Escritura que acabais de ouvir". Ficará mais fácil compreender a reação do povo se dirigirmos nosso olhar para o passado.
Afinal, a ação do Espírito de Deus não era propriamente uma novidade; antes, era muito bem conhecida na antiga aliança. Os fiéis letrados poderiam com facilidade encontrar, no livro das origens, a afirmação de que, no ato da criação, "o Espírito de Deus pairava por sobre as águas" (Gn 1.2). Certamente por essa razão, desde o princípio, o Espírito esteve associado à vida e ao poder criador de Deus que renova todas as coisas (cf. Jó 34.14-15; Sl 104.29-30). A propósito, o termo hebraico, ruach, ou grego, pneuma, descreve o ar em movimento e pode ser traduzido, além de "espírito", por outras expressões, como vento, brisa, sopro e respiração. De qualquer modo, relacionada a Deus, essa a palavra indica invariavelmente a força vital que gera mudanças, inspira profetas e capacita homens e mulheres a cumprirem papéis decisivos na história da salvação. No entanto, a presença do Espírito, no Antigo Testamento, possui caráter provisório. Ele age sobre a natureza e os indivíduos, mas nunca sobre todo o povo e sempre com finalidade específica. Por conta disso, cresceu a expectativa de que chegaria um tempo em que o Espírito seria derramado sobre toda a carne, e que sua manifestação contínua inauguraria uma nova época (cf. Ez 36.26-27; 37.1-14; Jl 2.28-32). A pregação de João Batista faz eco a essa esperança ao vincular o batismo com o Espírito Santo à figura do Messias prometido.
 
Não há dúvidas! Para os primeiros cristãos, Jesus era bem mais do que um simples profeta inspirado. Ele se distingue dos carismáticos de todos os tempos, que podem, sim, gozar da dádiva do Espírito, mas de forma temporária. Em contraste, o Novo Testamento é unânime em reconhecer que Jesus vive permanentemente na plenitude do Espírito. Enviado pelo Pai, Deus não lhe concede o Espírito "por medida" (Jo 3.34). De acordo com os evangelistas, todo o seu ministério - concepção, batismo, tentação, pregação, milagres, ressurreição - se desenvolve sob o signo do Espírito. Há perfeita sintonia, senão identificação, entre Jesus, enquanto Cristo, e o Espírito (cf. 2Co 3.17). Não causa, pois, surpresa que São João relate que, ao se despedir dos discípulos, o Senhor tenha prometido, não tirá-los do palco das tensões e conflitos onde o reinado de Deus se estabelece, mas enviar-lhes, da parte do Pai, o Consolador, o Espírito Santo, como o poder para testemunhar o evangelho em toda a parte (Jo 14.16-26; cf. Lc 24.49; At 1.8).
A efusão do Espírito, por ocasião da celebração de Pentecostes, demarcou as origens da igreja cristã de tal maneira que seria impossível dissociar, histórica e teologicamente, a constituição da comunidade de fé da presença eficaz do Espírito Santo. É na força do Espírito que as pessoas são despertadas para a fé e crescem na comunhão de Cristo; por sua ação, são chamadas e congregadas em um só corpo; por seus multiformes dons, são edificadas em amor; em função de seu poder, são capacitadas para o exercício de diferentes ministérios; graças à sua unção, a igreja sai de si mesma e se torna sinal da nova criação de Deus. Por volta do ano 180, o bispo Irineu de Lião, acentuou, de formar magistral, o elo entre a igreja e o Espírito na seguinte fórmula: "Onde está a Igreja, aí está o Espírito de Deus, e onde está o Espírito de Deus, ali está a igreja e toda a graça. E o Espírito é a verdade" (Contra as heresias, III, 24, 1).
Apesar da Igreja Primitiva experimentar com intensidade a ação do Espírito e viver sob seu influxo, como o ar que se respira, a reflexão sobre a doutrina do Espírito Santo se desenvolveu apenas no século IV, no contexto das controvérsias em torno da Trindade. O principal ponto era se o Espírito deveria ser considerado Deus ou não passava de mero atributo divino. Os argumentos foram ponderados com base nas Escrituras. Levou-se em conta que, na Bíblia, não somente os títulos dados a Deus se aplicam igualmente ao Espírito, mas também que as funções que lhe são especificamente assinaladas testificam a sua divindade, sem mencionar que, na liturgia do batismo, se invoca o "nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (cf. Mt 28.19). Ao final, a conclusão não poderia ser diferente da que foi formulada, em 381, no Concílio de Constantinopla, que reafirmou a fé no Espírito Santo como "Senhor e vivificador que procede do Pai; que, juntamente com o Pai e o Filho, é adorado e glorificado; que falou através dos profetas". Como fonte e doador da vida, cabia à pessoa do Espírito Santo a mesma dignidade e honra reservadas ao Deus Pai e Filho.
A teologia wesleyana se apropria dessa herança (cf. Artigos de Religião nº 4), contudo, não apenas formalmente. Em uma época em que a doutrina do Espírito Santo (não a sua presença, posto que não haveria vida cristã possível sem ela) parecia esquecida na Inglaterra, Wesley procurou expressá-la de modo visível e existencial. Assim, quando decidiu pregar ao ar livre aos pobres mineiros de Bristol, escolheu precisamente o texto com o qual nosso Senhor inaugurou sua missão em Nazaré, acrescentando em seu Diário, a observação: "É possível que alguém ignore que [esse texto] se cumpre em todo verdadeiro ministro de Cristo?". Ele estava convencido de que era o Espírito Santo, ou seja, o próprio Deus, quem agia por meio do movimento metodista, "para reformar a nação, particularmente a igreja, e espalhar a santidade bíblica sobre a terra". A boa vontade com que o povo simples acolhia a pregação e o demonstrava pelos frutos se constituía, para Wesley, em evidência irrefutável da aprovação divina. Diante disso, não demorou muito para que os metodistas fossem qualificados como entusiastas, acusação que Wesley prontamente respondeu alegando que os metodistas não reivindicavam possuir dom algum que não estivesse ao alcance de todas as pessoas que crêem em Cristo. "Nenhum de nós pretende ser guiado pelo Espírito Santo mais do que todo cristão pode estar..." [Um novo apelo aos homens de razão e religião, Parte I, V, 29].Em todo o caso, para ele, os sinais decisivos da manifestação do Espírito não eram os dons, que podem variar conforme a necessidade dos tempos e da missão, e sim a presença dos frutos (Gl 5.22-23), "a mente que houve em Cristo", a mudança interna e externa, enfim, a santidade de coração e vida - "o que ninguém pode negar que seja essencial a todos os cristãos em todos os tempos" [cf. Sermão 4: Cristianismo Bíblico, § 2-5].
Reafirmar nossa fé no Espírito Santo, por isso mesmo, é abrir-se ao mistério do Deus da vida que se comunica conosco e nos leva a clamar: vem, Santo Espírito, "fogo que tudo vivifica", renova nosso ser, transforma a igreja e a sociedade, e completa tua nova criação.

Rev.José Carlos de Souza,
professor da Faculdade de Teologia da Universidade Metodista de São Paulo